sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O Cinema das Pernas Quebradas

Uma idéia na cabeça... Uma câmera na mão! Glauber Rocha cunhou essa frase na década de 80. O lendário Diretor do movimento chamado “Cinema Novo”, é lembrado até hoje. Quem viu seus filmes não esquece dos personagens. “Se entrega Corisco”, emblemático duelo do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol. Agora a década é outra, o cinema já não é mais preto e branco, e o digital está grudado nas mãos de cineastas pelo mundo.

Depois desse trecho de abertura, uma pergunta ronda a minha mente: Quem faz cinema em Blumenau, que foi o berço da comunicação catarinense?

Cidade de Willy Sievert, Walter Mogk, só para citar alguns dos precursores do cinema no Estado. E o apaixonado Herbert Holetz, com mais de 3.000 filmes em seu arquivo pessoal, nada de DVD, tudo VHS na sua coleção de clássicos que usa todas as segundas-feiras para exibir no Cinearte da Fundação Cultural. Nomes respeitados dentro da cultura cinemática de Blumenau.

Então, nada mais justo se pronunciarmos: Sylvio Back! O seu filme mais famoso Aleluia Gretchen (1976). Não pensem que tem a ver com aquela Gretchen que rebola. O filme tem uma temática pesada, é uma história sobre nazismo. Quem nunca ouviu falar dele, saiba que ele é um dos cineastas mais premiados do Brasil. Conhecido e aclamado com pouco mais de cinqüenta láureas na terra verde e amarela e internacionalmente também. Seu projeto mais recente está em fase de produção. Tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2009. Um documentário que conta a vida e a morte da guerra mais sangrenta do Estado. “O Contestado – Restos Mortais”.

Pois bem! Depois dessa pequena explanação sobre alguns personagens blumenauenses, será que já podemos responder a pergunta acima? Posso tentar!

Em Blumenau existem Produtoras de Vídeo espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Algumas tentam dar asas ao cinema (claro, fora do horário comercial, pois tem que sobreviver com programas de TV, comerciais, e afins).

O incentivo para que realizem obras primas na cidade, é pequeno. Existe o Festival de Curtas do Energia, já tentando incutir na cabeça dos adolescentes a importância da sétima arte. É um passo, em meio a diversas pernadas para chegar ao topo da escada. A Fundação Cultural, por meio da Lei de Incentivo a Cultura, dá apoio a vários projetos, não só para filmes. Porém, ainda está longe de oferecer quantia suficiente para uma boa produção. Falta ao poder público iniciativa para organizar festivais que tragam esperança para os cineastas blumenauenses. A Prainha, coitada dela, com sua concha acústica, que de acústica não tem nada, hoje é o lar das capivaras. A revitalização da rua XV de Novembro saiu do papel, e por que o projeto da Prainha não sai também? Um cinema a céu aberto, que tal?


Alô Prefeito... Alô novos vereadores!

Como se não bastasse toda essa dificuldade em produzir cinema na cidade, ainda faltam às empresas consciência. Como é suado conseguir incentivo do empresariado para a cultura. Mal sabem eles, que cultura é educação, e educação serve para toda a vida.

Enfim, MERDA para o cinema! Ah, apenas para explicar o MERDA aqui usado não é palavrão, é a forma como no teatro e no cinema o pessoal deseja SUCESSO a um empreendimento!

Nenhum comentário: