sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nascendo dentro da água

O parto, que na antiguidade e até não muito recentemente era feito em casa, pelas famosas parteiras, pouso a pouco passou para a esfera médico-hospitalar e nossas famílias foram ficando cada vez menores. Fomos perdendo, assim, o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada como o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem e o pediatra.

Ao médico cabem os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando com uma, e outra mulher. Elas cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou um vazio: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto. A palavra, doula, vem do grego “mulher que serve”. São mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.

O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.
A experiência do parto é a maior experiência que uma mulher pode ter em sua vida. Para que isso aconteça, a liberdade de escolha é um fator muito importante neste caso. Os partos mais comuns são o normal e a cesariana ou (cesárea), mas existem também o Parto Vaginal, o Natural, o Fórceps, o Cócoras, o Humanizado, sem Dor, Leboyer e o novo método que é o Parto na Água.

A água é utilizada no parto por ser um elemento que proporciona o relaxamento para a mãe no momento em que ela estiver em trabalho de parto. Esse método pode ser usado no chuveiro ou em uma banheira comum, ou até mesmo em uma banheira de hidromassagem.
Pode parecer estranho dar á luz dentro d’água. Mas não é nada complicado, basta entender como funciona: A água proporciona ao bebê uma reprodução muito parecida com o ambiente de sua gestação. Com o nascimento na água, o bebê viaja suavemente de um lugar quente, molhado e seguro, dentro do corpo de sua mãe, para outro lugar com as mesmas características. Neste processo, a gestante sente menos dor, e não tem a necessidade de intervenção médica.

O contato com a água cria uma pressão igual em todas as partes do corpo. A mãe e o bebê sofrem menos ansiedade e a mulher pode encontrar uma posição cômoda e eficiente que facilite o nascimento do filho. A água... sim, esse bem natural que hoje muita gente desperdiça, proporciona uma maior flexibilidade em todo o processo de parto, a mãe sente menos pressão no abdômen e no útero durante as contrações e o bebê não recebe os estímulos que o induzem à respiração, presentes no nascimento seco. Esta é uma forma suave de se estimular a respiração do recém nascido. Neste ambiente, até os gritos são menores.

Mas agora, é claro, você deve estar se perguntando: este modo de parir um filho é seguro? A resposta é sim, é um tipo de nascimento tão seguro. Ele é contra indicado em casos de bebê com peso previsto para mais de 4500 gramas.


Se você quer saber mais sobre o assusnto, uma boca dica é a leitura de O Parto na Água, escrito pela enfermeira obstetriz Cornelia Enning, e lançado pela Editora Manole. Mas em Blumenau você também pode ter mais informações na Clínica IANG, em frente ao Hospital santa Isabel, que é especializada no assunto.

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